Hiroshima e Nagasaki: como foi o 'inferno' no qual morreram milhares por causa das bombas atômicas...
A Grande Bomba Atómica
Em Hiroshima
a 6 de agosto de 1945 no decorrer na 2 Guerra Mundial e mesmo a mesma estando
prestes a ver um fim, no Japão aconteceu um marco para a história.
Em 1945, os
Estados Unidos e o Japão se enfrentavam havia quatro anos na Guerra do
Pacífico, um dos principais cenários da Segunda Guerra Mundial.
Em 26 de
julho deste mesmo ano, o presidente dos EUA, Harry Truman, deu um ultimato aos
japoneses, exigindo uma "rendição incondicional".
Caso
contrário, disse que enfrentariam "uma destruição rápida e absoluta".
A mensagem
de Truman não mencionava o uso de bombas nucleares.
No entanto,
essas armas já faziam parte do arsenal à disposição dos EUA para decidir o
conflito a seu favor.
Em 16 de julho de 1945, os EUA testaram com sucesso a bomba Trinity, a primeira arma nuclear a ser detonada no mundo.
O primeiro
alvo escolhido foi Hiroshima. A cidade tinha sido bombardeada antes, por isso
era um bom lugar para se observar os efeitos da bomba. Além disso, era a sede
de uma base militar.
O Enola Gay,
um bombardeiro B-29 pilotado pelo coronel Paul Tibbets, sobrevoava Hiroshima a
cerca de 9,5 km de altura quando soltou a bomba Little Boy, que explodiu no ar,
a aproximadamente 600 metros do solo.
"Às
8:14 era um dia de sol, às 8:15 era um inferno", descreve, em um
documentário do canal Discovery.
"De
repente deparei-me com uma gigantesca bola de fogo… e logo chegou um barulho
ensurdecedor. Era o ruído do universo explodindo". disse Shinji Mikamo,
sobrevivente de Hiroshima
Acredita-se
que entre 50 mil e 100 mil pessoas morreram no dia da explosão.
Mas com todo este ataque a acontecer o Japão não se rende logo os EUA lançaram a 2 bomba nuclear e esta foi remetida para Nagasaki a 9 de agosto de 1945 as 11:02.
Nagasaki não
estava na lista de alvos prioritários dos EUA na guerra.
Ele era um
objetivo secundário por causa de sua topografia acidentada e da proximidade de
um campo de prisioneiros de guerra aliados.
Entre os
alvos principais estava Kokura, uma cidade com zonas industriais e urbanas em
terrenos relativamente planos.
Mas, no dia
do ataque, Kokura amanheceu "coberta de neblina", de acordo com
relatórios de pilotos.
A tripulação
tinha ordens de escolher visualmente um alvo que maximizasse o alcance
explosivo da bomba e foi por isso que eles foram a Nagasaki.
O
bombardeiro Bockscar, um B-29 pilotado pelo major Charles Sweeney, lançou a
bomba Fat Man, que explodiu a 500 metros do solo.
A explosão
foi mais forte que a de Hiroshima, mas a localização de Nagasaki, dividida
entre dois vales, limitou a área de destruição.
Mesmo assim,
calcula-se que entre 28 mil e 49 mil pessoas tenham morrido no dia da explosão.
Em Nagasaki,
a bomba destruiu uma área de 7,7 km2. Cerca de 40% da cidade ficou em ruínas.
Escolas,
igrejas, casas e hospitais completamente destruídas.
"O
lugar transformou-se em um mar de fogo. Era o inferno. Corpos queimados, vozes a
pedir ajuda, edifícios destruídos, pessoas ao qual lhes caia o próprio corpo…"
Não há
números definitivos de quantas pessoas morreram por causa dos bombardeios, seja
pela explosão imediata ou nos meses que dai vieram, devido a ferimentos e
efeitos da radiação.
Os cálculos
mais conservadores estimam que até dezembro de 1945 cerca de 110 mil pessoas
morreram em ambas as cidades.
Outros
estudos afirmam que o total de vítimas no fim daquele ano pode ter ultrapassado
as 210 mil pessoas.
Tóquio –
2 de setembro de 1945
Após as
bombas de Hiroshima e Nagasaki, o Japão apresentou sua rendição oficial.
"Decidimos
abrir caminho para uma grande paz para todas as gerações vindouras, suportando
o insuportável e sofrendo o intolerável", disse o imperador japonês
Hirohito, dirigindo-se a seus súditos.
O acordo de
rendição foi assinado em 2 de setembro, a bordo do navio americano USS
Missouri, na Baía de Tóquio.
Assim,
chegou ao fim a Segunda Guerra Mundial.
No caso da
bomba de Hiroshima, por exemplo, ela foi letal para 92% das pessoas que estavam
em um raio de 600 metros da marca zero, sendo este o ponto central.
Os
sobreviventes das explosões, conhecidos como hibakusha, sofreram as
consequências devastadoras do calor intenso e da radiação.
Com o tempo,
algumas pessoas da região desenvolveram cataratas e tumores malignos.
Nos cinco
anos após os ataques, houve um aumento drástico nos casos de leucemia em
Hiroshima e Nagasaki.
Dez anos
depois dos bombardeios, a taxa de incidência de câncer de tireóide, da mama e dos
pulmãos entre sobreviventes era mais alta que a do resto da população.
Além disso,
a saúde mental dos hibakusha foi gravemente afetada pela experiência de um ato
tão atroz, pela perda de parentes queridos e pelo medo de desenvolver doenças
causadas pela radiação.
Alguns deles
foram condenados a passar a vida confinados em hospitais.
Muitos
sofreram discriminação por seu aspeto físico e pela crença de que eram
portadores de doenças.
Outros
viveram com um sentimento de culpa por não terem conseguido salvar parentes e
amigos.
Hoje
Hiroshima e Nagasaki são importantes centros comerciais e industriais no Japão.
Ambas têm
praças e museus que homenageiam as vítimas das bombas.
Os
hibakushas que ainda estão vivos têm cerca de 80 anos.
Alguns se
tornaram ativistas contra a proliferação de armas nucleares e compartilham suas
histórias para manter viva a lembrança dos horrores da guerra.
A devastação
causada por Little Boy e Fat Man é objeto, até hoje, de um intenso debate sobre
se foi necessário um ataque dessa magnitude sobre a população civil.
Desde então, nenhum outro país se atreveu a utilizar uma bomba atômica em um conflito armado.





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